
Fiz esse porta cartão na aula de cerâmica, aí na foto ele ainda não foi queimado.
Gosto da sensação de modelar algo com as próprias mãos. Daquilo que era simplesmente barro, argila ser transformado em um objeto.
Os orientais, principalmente os antigos, procuram sentir a energia da natureza em todo o processo da preparação da argila até a confecção das peças. Aí vai um trecho do livro Terra Fogo Homem, de Katsuko Nakano:
" Os kaneshigues pretendem manter a tradição há 800 anos, no ínicio do período Kamakura, utilizando os mesmos processos e materias, mantendo a mesma linha de principios. Para eles, a cerâmica é concebida como uma fusão total do espírito do artesão com o barro e com o Fogo, através de um longo processo de transformação, que deve ser inteiramente realizado ela mão do homem, sem intervenção das máquinas. Até mesmo a retirada da argila, debaixo dos arrozais, a uma profundidade de 5 metros, deve ser feito a mão. Essa atitude com relação à argila deve-se ao fato de ela ser considerada um elemento vivo. O calor da máquina mataria os organismos vivos e destruiria a textura natural. Além disso, a terra é considerada elemento precioso da Natureza, obra divina a quem devemos sentimento de gratidão e respeito. (. . .)
Esses ceramistas dizem que é preciso fundir-se totalmente com a materia e deixar que a forma brote dessa unidade, como consequência natural. "