domingo, 28 de março de 2010

Cultura por toda parte...

Rua da Praia exibe a pluralidade de Porto Alegre

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Argentino espera por sorrisos
Crédito: alexandre mendez

JOANA COLUSSI | joanacolussi@correiodopovo.com.br

Olhada à distância, a rua mais tradicional de Porto Alegre é um aglomerado de pessoas caminhando em várias direções. Ao chegar mais perto, a pluralidade do coração da cidade se manifesta entre os mais distintos grupos sociais. Numa extensão de menos de 1 quilômetro da Rua da Praia, circulam, lado a lado, políticos, artistas, profissionais renomados e anônimos.

Palco de múltiplas manifestações culturais e políticas, a Rua dos Andradas traz no seu DNA a diversidade da Capital gaúcha. A extensão da via pode ser dividida em dois pontos. O primeiro deles se inicia na Usina do Gasômetro e vai até o prédio histórico do Correio do Povo, onde se destacam pontos turísticos como a Casa de Cultura Mario Quintana, o Museu Hipólito da Costa e a Igreja das Dores.

Da Praça da Alfândega até a rua Dr. Flores, a via é caracterizada pelo comércio abundante. Em meio à correria de milhares, a estátua viva Abraham tenta chamar a atenção com suas vestes de anjo. Há 11 anos, o argentino se caracteriza para mostrar seu talento. Totalmente imóvel, se mexe toda vez que alguém coloca alguma colaboração na urna. Agradece entregando um cristal e uma mensagem poética. "Meu objetivo é levantar a autoestima das pessoas", conta Abraham, que de segunda a sexta fica na Esquina Democrática e nos finais de semana na Redenção. Vindo de Córdoba, o artista pretendia ficar apenas um tempo em Porto Alegre. Mas, o destino acabou mudando os planos. "Conheci meu amor aqui. As pessoas me tratam com muito carinho." Mas, ao contrário do que muitos pensam, o mais difícil para a estátua viva não é ficar parado. "É tirar um sorriso de cada um", disse.

Pintor adotou a Praça da Alfândega

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Crédito: alexandre mendez

A Rua da Praia abriga músicos uruguaios, famílias indígenas, mágicos, malabaristas e pintores. Um deles adotou a Praça da Alfândega como sua segunda casa. Há 15 anos, J. Dimas, 67, expõe suas telas em frente à Caixa Econômica Federal. As pinturas vão desde paisagens típicas do RS até personagens históricos, como Bento Gonçalves. Morador do bairro Medianeira, o pintor lembra que no tempo das "vacas gordas" chegava a vender até duas telas por dia. Neste ano, foram só cinco. "Meu desejo, quando morrer, é ter minhas cinzas jogadas neste canteiro."

( Fonte: Jornal Correio do Povo - Edição de domingo, dia 28/03/2010 )

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